quarta-feira, 24 de julho de 2019

Xadrez da natureza do governo Bolsonaro, por Luis Nassif



Peça 1 – elite, povo e lumpem

Uma das peças centrais do governo Bolsonaro é o desmonte de qualquer forma de proteção social e de regulação capitalista da economia. Embrulha tudo isso na embalagem do empreendedorismo e da liberdade de atuação das empresas.
Mas não se trata nem de um representante da elite, nem do proletariado, nem do empreendedorismo. A divisão é outra: é entre a economia formal e a economia da zona cinza, ou irregular ou criminosa.Peça 2 – desregulação e economia do crime
Sua última decisão, de proibir que as Juntas  Comerciais comuniquem suspeitas de crimes na constituição de empresas, somado ao apoio às restrições do COAF, visam justamente abrir espaço para a ocupação da economia pelas organizações clandestinas, algumas nitidamente criminosas.

O regime golpista intensifica a destruição do pais



Bolsonaro me lembra o personagem Dona Maria A Louca transformada em macaco em loja de louças emergiundo das trevas em Junho de 2013, quando esse país começou a descarrilhar face a várias ações de caráter conservador : atos de sabotagem contra pessoas e espaços físicos, pautas bombas para impedir a governabilidade da presidenta eleita, Lava Jato partidária, destruição da economia pelas forças golpistas, não reconhecimento do resultado das urnas :

...

...foram 6 anos de intensificação do golpe : 3 de preparaćao (2013-2016) e 3 de execução (2016-2019): no momento a destruição do país enquanto espaço soberano e independente se aprofunda em várias frentes, com Moro se firmando como Sérgio Fleury Moro, agora atacando jornalistas:


....e o filtro ideológico terraplanistas se intensifica através de fakes e da falsificação da história e, pasmem, com apoio da superestrutura formada pelos sistemas midiático, educacional, religioso e judicial.....

....reparem neste filme Fake patrocinado pela Ancine, que a questão dos 20 centavos será aproveitada para dizer que o governo que aí está recebeu apoio já em Junho de 2013, com os atos iniciais que, como sabemos, foram tomados pela malta fascista que aí está :

"(...) Criticada por Jair Bolsonaro (PSL) sob alegação de que deve ter um filtro ideológico (...), a Agência Nacional do Cinema (Ancine) autorizou o documentário “Nem Tudo se Desfaz”, do diretor Josias Teófilo, a captar R$ 530,1 mil. “Como vinte centavos iniciaram uma revolução conservadora”, diz o pôster do filme, em referência às manifestações de 2013.

Apoiada pela atual gestão do governo federal, a obra em questão, segundo a coluna de Mônica Bergamo na Folha de S. Paulo, já foi divulgada nas redes sociais do filho mais novo do presidente, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

Outra proximidade do filme com a família Bolsonaro é que Teófilo é o mesmo diretor de um documentário sobre Olavo de Carvalho, ideólogo do clã. (...)"

Conversa Afiada

quarta-feira, 17 de julho de 2019

Sob os céus de Brasilia, o strip moral dos poderes, por Luis Nassif

Por aqui, tudo é concentrado, sem a diluição que a distância impõe nos grandes centros. Os poderes se encontram nos restaurantes, nos gabinetes, nos salões dourados dos três Poderes, com a chocante contraste em relação à miséria nacional.

O panorama, visto de Brasília, é mais desanimador ainda. Estou desde ontem aqui, para uma palestra na Fundação João Mangabeira e, à noite, para o lançamento do meu livro – “Walther Moreira Salles, banqueiro e embaixador e a reconstrução do Brasil” -, às 19 horas no Carpe Diem.

O simbólico e o abismo: ou porque devemos temer a destruição da Lava a Jato

Ninguém aceita pacificamente a morte dos seus deuses. Ainda mais aqueles que lucram, vivem e se diferenciam socialmente do resto pela existência deste mundo simbólico.

Desde 2013, houve um trabalho simbólico no Brasil para deslocar Lula, Dilma, o PT e toda a esquerda da posição que tinham alcançado pelos feitos de seus governos. O desespero das classes mais altas e dos grandes empresários e capitalistas no Brasil tinha um pé na questão material, em função da valorização constante da mão de obra e outro no simbólico, enquanto se cristalizava na mente da imensa maioria dos brasileiros o fato – inconteste – de que tinham sido os governos do PT – é somente nos governo do PT – que a fome tinha acabado e a desigualdade diminuído sensivelmente.
Era inegável que para a imensa maioria da população o PT havia prometido E ENTREGADO um país menos injusto e com oportunidades que, apesar de continuarem não sendo iguais, eram sim, muito mais equitativas socialmente do que tinham sido nos 500 anos de história deste país. O PT fez um brilhante trabalho de mudar a realidade da maioria das pessoas em termos que elas cristalizavam como positivo. Não foi à toa que venceu quatro eleições seguidas para a presidência e teria vencido uma quinta não fosse o conluio do ex-juiz com o ex (com sorte!) procurador.

Após cancelar produção, governo comprará remédio no setor privado


2. Por que os contratos foram suspensos?

Tudo ao Deus Mercado...o povo que se f....


"(...) 

3. Quais as doenças e remédios envolvidos?
A lista inclui adalimumabe (para artrite reumatoide); alfataliglicerase (doença de Gaucher), bevacizumabe (câncer de pulmão e câncer de mama), everolimo (receptores de transplante), gosserrelina (câncer de próstata e de mama), insulina (diabete), sofosbuvir (hepatite C), sevelâmer (doença renal crônica), pramipexol (Parkinson), trastuzumabe (câncer): usada para combater o câncer. Além deles, há a vacina tetraviral: usada para imunizar contra sarampo, caxumba, rubéola e catapora.

4. O que diz o ministério?

O Ministério da Saúde informou que as PDPs continuam vigentes e foi encaminhado a laboratórios um ofício que solicita “manifestação formal sobre a situação de cada parceria”. O órgão federal informou que “o chamado ‘ato de suspensão’ é por um período transitório”, enquanto ocorre “coleta de informações”.




Saiba mais

https://blogdacidadania.com.br/2019/07/apos-cancelar-producao-governo-comprara-remedio-no-setor-privado/

Relatório Gawain, a maneira da França evitar o risco Lava Jato de destruição

Relatório Gawain, a maneira da França evitar o risco Lava Jato de destruição

A estratégia dessa esquerda consiste em atacar alguma questão das esquerdas, tidas por elas como anacrônicas, e abrir espaço para defender outras posições de esquerda, tidas como modernas. De minha parte, sempre considerei que a defesa dos direitos sociais, do combate à desigualdade, da resistência contra o arbítrio fossem posições universais de países civilizado. mote preferencial desse pessoal é fazer um ar inteligente e tratar como conto da carochinha os que ousam identificar influência externa na Lava Jato e nos movimentos políticos que levaram ao impeachment. Fazem um ar inteligente, um muxoxo de quem sabe de tudo, e tascam um “essa história da CIA é teoria conspiratória”, dentro da lógica olaviana de que tudo o que não conheço, não existe.Abaixo, a maneira como a França identifica as estratégias geopolíticas norte-americanas na cooperação internacional, e como pretende se defender. 
O think tank tem o apoio das grandes empresas francesas.Do Le Club des Juristes, com tradução do Google
Extraterritorialidade nos Estados Unidos: do estupor à retaliação?
Em 26 de junho, o MP Raphael Gawain entregou o primeiro-ministro um relatório intitulado ”  Restaurar a soberania da França e da Europa e proteger nossas leis e medidas empresas com efeitos extraterritoriais “, em que ele visa fornecer resposta ao desenvolvimento de leis extraterritoriais que ameaçam a economia e a lei. Ele partiu então da observação de que as empresas não tinham ferramentas legais suficientes para se defenderem contra as ações legais extraterritoriais implementadas contra elas. As propostas formuladas no relatório Gauvain visam uma melhor proteção das empresas e interesses franceses.
Descriptografia de Alina Miron, professora de Direito Internacional da Universidade de Angers, co-organizadora do Simpósio Anual da SFDI .
“O problema da prática americana de extraterritorialidade decorre dos critérios excessivamente amplos utilizados pelo Departamento de Justiça para estabelecer sua jurisdição territorial ou pessoal nesta matéria” O que é extraterritorialidade (ET)?
O ET é a situação em que as competências de um Estado (legislativo, executivo ou jurisdicional) governam situações realizadas fora do território nacional. Assim, a condenação dos tribunais franceses por crimes cometidos por franceses no exterior é uma forma de extraterritorialidade. Definições mais restritivas destacam não apenas a ausência de título territorial, mas também de qualquer link de nacionalidade. ET é, portanto, o exercício do poder do Estado na ausência de um título dos três títulos reconhecidos pelo direito internacional (territorial, pessoal e proteção dos interesses fundamentais do Estado).
Quais são as dificuldades legais que o ET coloca?
Do ponto de vista do internacionalista, o ET é uma patologia quando, longe de ser um vetor de projeção dos valores comuns, torna-se um instrumento de hegemonia.
Assim, a corrupção é considerada contrária à ordem pública transnacional e a luta contra ela tem sido consagrada como um valor universal, inter alia, pela Convenção Anticorrupção da OCDE (1997) e pela Convenção. Escritório das Nações Unidas Contra a Corrupção (2003). Essas convenções fornecem várias oportunidades para um estado assumir situações extraterritoriais. O problema da prática dos EUA é devido a critérios excessivamente amplas utilizados pelo DOJ para estabelecer sua jurisdição territorial ou pessoal na matéria (trânsito de mails pelos servidores dos EUA, listagem de câmbio, o uso do dólar).
O segundo problema fundamental é a natureza arbitrária, até mesmo oportunista, dos processos, que visam empresas estrangeiras estratégicas competindo com empresas dos EUA. O Artigo 5 da Convenção da OCDE, entretanto, contém um escudo efetivo: “A investigação e o processo de suborno de um funcionário público estrangeiro (…) não serão influenciados por considerações de interesse econômico nacional, os possíveis efeitos relações com outro Estado ou a identidade das pessoas singulares ou coletivas envolvidas. É surpreendente que este artigo não tenha sido invocado até agora (e o Relatório Gwaine também não o menciona).
As sanções unilaterais (em oposição às sanções da ONU) não gozam da mesma legitimidade internacional. Eles são adotados contra outro estado, a fim de levar a mudança de política ou regime. Pensamos na denúncia do acordo com o Irã em 2015, mas também nas sanções contra Cuba ou Venezuela adotadas fora de qualquer marco internacional. Eles são chamados de “primários” quando proíbem os nacionais de manter relações com os países-alvo, no território nacional ou a partir dele. Na prática americana, eles são acompanhados por sanções secundárias, Destinar pessoas estrangeiras a relações estrangeiras com países ou entidades específicos (o caso do BNP Paribas). Estes são, portanto, eminentemente extraterritoriais e não dependem de credenciais reconhecidas internacionalmente.
As sanções primárias ou secundárias podem ser ilegais à luz do princípio da não ingerência nos assuntos internos dos países-alvo ou nas relações externas de países terceiros (ver Corte Internacional de Justiça na Nicarágua v. Estados Unidos da América).de 1986, § 205).
O relatório Gawain questiona a permissibilidade dessas sanções, mesmo que a distinção entre sanções primárias e secundárias não reflita totalmente a descrita acima. O relatório também se refere à prática de sanções unilaterais pela União Europeia, mas isso difere da prática americana em vários aspectos: a prática europeia é justificada por graves violações do direito internacional, nunca visa uma mudança ou assumir a forma de sanções secundárias.
Finalmente, o ET americano da busca por evidências desafia a soberania territorial. O relatório Gauvain destaca as muitas manifestações – o procedimento de descoberta , a evasão da cooperação judicial por injunções diretas dirigidas a empresas, monitoramento , etc. Todos estes são atos de poder público exercidos indiretamente em território estrangeiro sob a ameaça de coerção. Não há dúvida de que eles violam a soberania se não forem autorizados pelo estado territorial. As propostas do relatório Gawain destinam-se principalmente a manter esta extraterritorialidade sob controle.
Em termos concretos, quais são as propostas apresentadas neste Relatório?
Três medidas principais são assim recomendadas:
– a proteção da confidencialidade dos pareceres jurídicos nas empresas através da criação de um estatuto de advogado assalariado que beneficie do privilégio de não divulgação;
– uma lei que bloqueia a Lei das Nuvens que sancionaria os anfitriões transmitindo a autoridades estrangeiras dados de empresas francesas ou europeias;
– o reforço da lei de bloqueio de 1968, que proíbe a transmissão de dados estratégicos às autoridades estrangeiras.
Como qualquer lei unilateral, eles podem colocar as empresas em conflito com as injunções. Estas medidas tendem a restaurar um equilíbrio de poder, em vez de um quadro jurídico coerente. A dificuldade não será cair no mimetismo e “fazer como” os Estados Unidos, correndo o risco de privar-se da oportunidade de desafiar a legalidade de sua prática de ET. O relatório especifica que o desenvolvimento de uma doutrina nacional de segredos a serem protegidos deve ser cauteloso para não copiar o conceito aberto de segurança nacional dos EUA.
As propostas acessórias, que estão no contexto do protesto internacional, são medidas preventivas mais promissoras:
– encaminhamento para parecer da Corte Internacional de Justiça;
– uma iniciativa francesa na OCDE para melhor regulamentar o ET (acrescentaria que, em 2021, a Assembleia Geral da ONU realiza uma sessão extraordinária sobre o combate à corrupção, que pode constituir outra estrutura de protesto diplomático) .
Por outro lado, o relatório é mais cético em relação às iniciativas a nível da UE, como a introdução dos procedimentos da OMC, com o argumento de que eles provavelmente falharão. No entanto, estão a ser tomadas algumas medidas a nível da UE (por exemplo, a negociação de um acordo com os EUA sobre provas electrónicas em matéria penal ) e o Órgão de Resolução de Litígios já não exclui para examinar a exceção de segurança nacional do GATT, como mostrado no relatório do painel no assunto sobre o trânsito entre a Rússia e a Ucrânia .
O relatório Gauvain certamente anuncia o fim de uma era de renúncia. Resta saber se essas propostas se tornarão uma estratégia de resposta a uma forma abusiva de ET.
Para ir mais longe:
  • Mais detalhes sobre o Colóquio Sociedade Francesa de Direito Internacional, sobre o tema “Extraterritorialities and International Law” produzido em Angers: https://sfdi2019.tk/

sábado, 13 de julho de 2019

Brasil atrapalhava planos dos EUA para América do Sul, diz ex-embaixador


As análises de Shannon, hoje consultor do escritório de advocacia Arnold & Porter, abrem mais algumas páginas no capítulo norte-americano da "lava jato"

Ex-embaixador dos EUA diz que país acompanhava de perto movimentos do Brasil para criar grupo coeso e forte de países sul-americanos. Foto: Divulgação/US Department of State

da Consultor Jurídico – ConJur 

Brasil atrapalhava planos dos EUA para América do Sul, diz ex-embaixador

O governo dos Estados Unidos acompanhava com bastante atenção — e preocupação — as iniciativas do governo brasileiro de criar um bloco político forte e coeso na América do Sul. Especialmente na forma como a construtora Odebrecht havia se tornado parceira do governo nesses planos. Quem conta é o ex-embaixador dos EUA no Brasil Thomas Shannon, que ficou no posto entre 2010 e 2013.
O principal foco de atenção, afirma, eram as relações entre Brasil e Venezuela. “O Brasil identificou o modo como a Venezuela direcionava sua indústria de petróleo de modo a se integrar com o mercado americano. Então, algo precisava ser feito para trazê-la à América do Sul”, conta o diplomata, mencionando a crescente animosidade entre o então presidente venezuelano Hugo Chávez e os Estados Unidos. O pano de fundo era o projeto brasileiro de “construção de uma grande e coesa América do Sul”, diz Shannon, hoje consultor do escritório de advocacia Arnold & Porter.
Shannon falou a jornalistas do site Poder 360, da revista Época e do jornal Miami Herald, dos EUA, parceiros da associação de jornais Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo (ICIJ, na sigla em inglês).
De acordo com o ex-embaixador, as intenções do Brasil ficaram claras com o financiamento do BNDES ao porto de Mariel, em Cuba. A obra foi tocada pela Odebrecht e o banco investiu R$ 624 milhões. Ela colocaria o Brasil como importante ator nas relações internacionais no Caribe, especialmente diante da postura do governo americano na época de manter os embargos a Cuba, mesmo com os sinais de abertura econômica.
Shannon afirma que os EUA acreditavam que o Brasil caminhava para a construção de um bloco internacional coeso de orientação progressista e de esquerda. Isso seria um obstáculo à reanimação da Área de Livre Comércio das Américas, ou Alca, um projeto dos governo dos EUA de criar um bloco comercial com incentivos tarifários, mas que foi rejeitado pelos países latino-americanos.
As análises de Shannon abrem mais algumas páginas no capítulo norte-americano da “lava jato”. A Odebrecht assinou um dos maiores acordos de leniência da história com o Departamento de Justiça dos EUA (DoJ). E ele só foi possível graças ao livre trânsito de informações e provas entre os procuradores do DoJ e os procuradores da “lava jato” em Curitiba. Entre as provas, extratos de contas da construtora nos EUA.
O acordo de leniência prevê pagamento de R$ 8,5 bilhões pela empreiteira, dos quais 80% foram enviados ao Brasil — e glosados pelo MPF em Curitiba. Em troca de abrir mão do dinheiro, os EUA exigiram a presença de um “monitor externo de cumprimento do acordo”, para que faça relatórios a cada 120 dias.
Esses relatórios “provavelmente incluem” informações “proprietárias, financeiras, comerciais e concorrenciais sigilosas”, diz o acordo.

O que Shannon conta, portanto, é que o MPF brasileiro ratificou um acordo em que uma empresa brasileira, reconhecida pelo governo americano como importante para os interesses do governo brasileiro, se comprometeu a enviar aos EUA relatórios sobre suas atividades comerciais.

“Um regime impopular, antidemocrático e ditatorial”, apoiado pelos EUA, por César Locatelli


                                             Lobo assume e Zelaya deixa o país


Saiba como os EUA estão conduzindo o Brasil ao mesmo caos hondurenho:

“Um regime impopular, antidemocrático e ditatorial”, apoiado pelos EUA

Hoje, no aniversário de 10 anos do golpe em Honduras, assistimos a crise humanitária do povo hondurenho e, possivelmente, nossa linha de raciocínio será semelhante: o que teria o pequeno país centro-americana a nos alertar?

Quando o presidente Fernando Lugo, do Paraguai, foi impedido em 2012 e, em seu lugar, assumiu o vice-presidente, achávamos que nada parecido ocorreria no Brasil. Afinal as instituições brasileiras não poderiam ser comparadas àquelas do país vizinho. Estávamos enganados.

Hoje, no aniversário de 10 anos do golpe em Honduras, assistimos a crise humanitária do povo hondurenho e, possivelmente, nossa linha de raciocínio será semelhante: o que teria o pequeno país centro-americana a nos alertar?

De todo modo, mesmo que insistamos no erro, vale ouvir o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, no exato momento em que seu povo é caçado e aprisionado nas fronteiras dos Estados Unidos, para onde correm na esperança de encontrar uma saída para sobreviver.

Desde o golpe militar de Honduras apoiado pelos EUA em 2009, a pobreza extrema e a violência dispararam no país, forçando dezenas de milhares de hondurenhos a fugirem para os EUA com a esperança de receber asilo político. Perguntado sobre o aniversário de 10 anos do golpe em Honduras, em entrevista ao DemocracyNow!, afirmou Zelaya:

“O golpe de Estado, inexoravelmente, marca uma nova forma de intromissão dos EUA em nossa sociedade. Dez anos atrás, John Negroponte, subsecretário de Estado, e o presidente George W. Bush me alertaram e me ameaçaram, quando eu era presidente de Honduras, dizendo que se tivesse relações com Hugo Chávez, eu teria problemas com os Estados Unidos. Seis meses após esse aviso, fui removido do poder e removido deste país.

Leia também:  Glenn entregou ameaças de morte à PF, mas não confia que haverá investigação.

O problema para os Estados Unidos é que os amigos daqueles que consideram seus adversários não são seus amigos. Eles decidiram que são inimigos dos Estados Unidos, simplesmente, porque eu estava procurando melhores relações com o sul, trazendo petróleo da Venezuela e conseguindo financiamento para projetos hidrelétricos com o presidente Lula da Silva, que eles agora estão mantendo prisioneiros em Brasil.”

Zelaya aponta que o poder em seu país está nas mãos das gangues, das “marras” e que a absoluta falta de opções leva os hondurenhos a tentar a sorte nos EUA:

“As gangues são um elo no negócio de tráfico de drogas, e elas acontecem porque não há empregos. Há um excesso de pobreza. […] Além disso, ela são componentes da ditadura que os Estados Unidos estão apoiando. […] Além disso, eles saqueiam as instituições do estado. Os níveis de corrupção são exorbitantes. Eles são abusivos em todos os sentidos da palavra. Eles saquearam instituições como a Previdência Social, que é onde estão os fundos de aposentadoria para os idosos e onde os fundos devem cobrir as doenças que as mães sofrem. Eles saquearam essas instituições para financiar um regime impopular, antidemocrático e ditatorial.”

Os números da violência em Honduras são assustadores. Dezenas de milhares de hondurenhos foram assassinados, incluindo mais de 300 pessoas LGBTQ, cerca de 60 jornalistas, centenas de ativistas por direitos dos camponeses e ambientais.

Enquanto isso, protestos em massa continuam ocorrendo em Honduras contra o governo direitista de Juan Orlando Hernández e seus planos de privatizar serviços de saúde, aposentadorias e educação. Os manifestantes têm sido recebidos com violenta repressão por parte das forças armadas e policiais hondurenhas. “As pessoas estão nas ruas protestando pelo custo da eletricidade, o custo do transporte, o custo do combustível. Quase tudo foi privatizado em Honduras”, diz Zelaya.

As ameaças de Trump de cortar ajuda ao país não incomodam o ex-presidente, já que giram em torno de 200 ou 300 imlhões de dólares, enquanto os expatriados hondurenhos remetem para casa cerca de 4 bilhões de dólares. O que o preocupa, de fato, é a intromissão dos EUA na economia por meio das empresas transnacionais e do FMI e BID, na segurança por conta do Comando Sul e no sistema de justiça pela OEA e sua MACCIH – Missão de Apoio contra a Corrupção e Impunidade em Honduras. “Agora os Estados Unidos não apenas treinam militares, mas também juízes, porque eles estão usando o sistema de justiça como uma ferramenta para fins políticos.”, conclui o presidente deposto.

O governo hondurenho é um governo violento, é capturado por gangues, saqueia o Estado, já privatizou quase tudo, fazendo subir preços como eletricidade e combustível, e ainda planeja privatizar a educação, a saúde e a previdência. O governo hondurenho foi alçado ao poder pelos Estados Unidos, que aprisiona os hondurenhos que tentam fugir para seu país.

Para ver a entrevista completa de Manuel Zelaya na página do DemocracyNow! Brasil.

 https://jornalggn.com.br/analise/um-regime-impopular-antidemocratico-e-ditatorial-apoiado-pelos-eua-por-cesar-locatelli/


Link para a imagem que ilustra o post

https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/lobo-assume-e-zelaya-deixa-o-pais-bzw0nok9dd5zi0fdk0sgn4w9a/



sexta-feira, 12 de julho de 2019

Como Hillary Clinton cooptou Marcelo Tas

Para quem trata como “teoria conspiratória” as denúncias sobre estratégias norte-americanas de utilização das redes sociais, aí vai o telegram de Hillary Clinton (http://migre.me/veOfu), divulgado pelo Wikileaks.
Os telegramas deixam uma pista relevante sobre a forma de atuação do Departamento de Estado.
O e-mail menciona um café entre Hillary e Marcelo Tas, na época bastante atuante nas redes sociais. Algumas anos antes, Tas havia sido alvo de um ataque gratuito da Veja, por suspeitas de suas inclinações políticas. Rapidamente mudou de posição e, nas redes sociais, em vez do comunicador light e bem-humorado, tornou-se um ativista agressivo, endossando posições à direita.
No e-mail para Thomas Shanon, Hillary menciona os resultados de sua nova estratégia, de conquistar “influenciadores de mídia social”. Depois do café com Tas, pelo Twitter Hillary enviou a ele conteúdos relacionados à Síria. Tas traduziu a mensagem e divulgou para seus quase 2 milhões de seguidores. Com os retuites, a mensagem alcançou “talvez 10 milhões de pessoas”, diz Hillary.

quarta-feira, 3 de julho de 2019

Do prejuizo causado pela Lava Jato ao Brasil: um valor que precisa ser contabilizado...



Noutro pais o Moro já ateria sido condenado a prisão perpétua ou pena de morte por crimes de lesa-patria....senão vejamos: Há uma má vontade em se contabilizar o valor do prejuizo imputado a economia brasileira pela Lava Jato... Em 2015 este montante era de 150 bi, com certeza, ultrapassa os trilhoes de reais, se levarmos em conta que o entreguismo que ai está foi parido pela lava jato: façamos as contas: quanto custam : Embraer, Base de Alcantara, Industria Naval, Industria de Defesa, Desenvolvimento Eletronuclear, pre-sal.... Este artigo é de 2015, publicado pelo insuspeito G1: Um estudo divulgado pelo G1 nesta terça-feira (11) mostra que a Operação Lava Jato pode gerar um impactos negativos – diretos e indiretos – de R$ 142,6 bilhões na economia brasileira. Isso significaria uma retração de 2,5% do PIB (Produto Interno Bruto), apesar da redução na previsão, pois , o montante foi revisado para baixo, tomando como base o novo plano de negócios da Petrobras, que reduziu em 37% o volume de investimentos previstos entre 2015 e 2019, para US$ 130,3 bilhões. Antes disso, a estimativa era de R$ 187,2 bilhões negativos (o equivalente a 3,4% do PIB). “O impacto será um pouco menor, mas ainda muito significativo. No último cálculo consideramos uma redução de 42% nos investimentos da Petrobras”, afirmou o professor da Fundação Getúlio Vargas Gesner Oliveira, um dos responsáveis pelo levantamento. O cálculo da GO Associados procura estimar os efeitos derivados da Lava Jato na redução dos investimentos da Petrobras e do setor de construção de obras públicas, contabilizando as perdas no valor bruto da produção, nos empregos, nos salários e na geração de impostos. A metodologia considera os efeitos do corte de gastos da petroleira sobre a cadeia de fornecedores, além de uma retração nos investimentos de empresas líderes do setor da construção civil que estão sob investigação, estimada em 30%. http://www.avozdocampo.com/noticias/brasil/brasil-pode-ter-prejuizo-de-quase-r-150-bi-por-causa-da-operacao-lava-jato-diz-estudo/

quinta-feira, 13 de junho de 2019

Gilmar Mendes: sentença é nula; Moro é criminoso

"Não é Muito Tempo Sem Operação?"


Parte 4
Moro sugeriu trocar a ordem de fases da Lava Jato, cobrou novas operações, deu conselhos e pistas e antecipou ao menos uma decisão, mostram conversas privadas ao longo de dois anos.
Sergio Moro e Deltan Dallagnol trocaram mensagens de texto que revelam que o então juiz federal foi muito além do papel que lhe cabia quando julgou casos da Lava Jato. Em diversas conversas privadas, até agora inéditas, Moro sugeriu ao procurador que trocasse a ordem de fases da Lava Jato, cobrou agilidade em novas operações, deu conselhos estratégicos e pistas informais de investigação, antecipou ao menos uma decisão, criticou e sugeriu recursos ao Ministério Público e deu broncas em Dallagnol como se ele fosse um superior hierárquico dos procuradores e da Polícia Federal.
“Talvez fosse o caso de inverter a ordem da duas planejadas”, sugeriu Moro a Dallagnol, falando sobre fases da investigação. “Não é muito tempo sem operação?”, questionou o atual ministro da Justiça de Jair Bolsonaro após um mês sem que a força-tarefa fosse às ruas. “Não pode cometer esse tipo de erro agora”, repreendeu, se referindo ao que considerou uma falha da Polícia Federal. “Aparentemente a pessoa estaria disposta a prestar a informação. Estou entao repassando. A fonte é seria”, sugeriu, indicando um caminho para a investigação. “Deveriamos rebater oficialmente?”, perguntou, no plural, em resposta a ataques do Partido dos Trabalhadores contra a Lava Jato.
Segue link para texto na íntegra

Gilmar Mendes afirma: Moro era o chefe e Dallagnol, um bobinho


De acordo com Mendes, as mensagens divulgadas no domingo (9) mostram que “o chefe da Lava-Jato não era ninguém mais, ninguém menos do que Moro. O Dallagnol, está provado, é um bobinho. É um bobinho. Quem operava a Lava-Jato era o Moro”, disse Mendes, em entrevista à ÉPOCA.
O ministro identifica implicações diretas das revelações para o desenrolar da operação. “Eu acho, por exemplo, que, na condenação do Lula, eles anularam a condenação”, analisou Mendes, referindo-se aos trechos das conversas que sugerem uma colaboração entre Moro e Dallagnol.
“Simular uma denúncia não é só uma falta ética, isso é crime.” Mendes ressalta não ser contra o combate à corrupção, mas sim contra o que ele chamou de “modelo de Curitiba”.
As avaliações de outros ministros do STF sobre o tema e as consequências relacionadas ao vazamento das conversas estão na reportagem de capa desta semana da revista ÉPOCA: “O que muda (e o que não muda) depois do vazamento das conversas entre Moro e a Força-Tarefa”.

terça-feira, 11 de junho de 2019

Intercept lança suspeita sobre todas as instituições!

O STF e o dossiê Intercept

Direita em pânico vocifera, mas não faz ideia do tamanho de Glenn Greenwald


Era evidente que os pitbulls virtuais de Jair Bolsonaro entrariam em ação frente ao escândalo divulgado pelo site The Intercept Brasil no domingo à noite (9). Seu fundador, o jornalista Glenn Greenwald, já imaginava a reação raivosa e está dedicando o dia de hoje a dar entrevistas e, principalmente, rebater mentiras e ataques de diversas personalidades da extrema-direita por meio de suas redes sociais.
É preciso, diante do imenso serviço que Glenn e sua equipe estão prestando à democracia do país, divulgar um pouco da história do jornalista e, ao mesmo tempo, rebater alguns absurdos que estão circulandos nas redes em relação a ele e a seu companheiro, o deputado federal David Miranda (PSOL-RJ). Isso porque a fábrica de mentiras da extrema-direita, diretamente ligada a Jair Bolsonaro e seus filhos alucinados, não para nunca. Então vamos lá.

Um bom começo para entender a importância de Glenn não só para o jornalismo, mas para as democracias do mundo, é assistir ao filme Snowden (foto), dirigido por Oliver Stone.

Vazam áudios entre Sérgio Moro e Dallagnol. Lava-Jato é partidária.







Esfarrapada essa desculpa da #VazaJato



Greenwald: novas provas vão mostrar que Moro atuou como procurador contra Lula!

Volume de material sobre a #VazaJato é maior que a do Snowden!
Sem Título-3.jpg
(Charge: Aroeira)
Do UOL:
Um dos autores da série de reportagens iniciada ontem pelo site The Intercept Brasil, que mostra como trocas de mensagens entre o então juiz federal Sergio Moro e a força-tarefa da Lava Jato podem ter ditado os rumos das eleições no país, o jornalista norte-americano Glenn Greenwald disse em entrevista hoje ao UOL que ainda possui um grande volume de dados não publicados que reforçariam a atuação indevida do ex-magistrado para influenciar em prisões e guiar a opinião pública.